Os negócios digitais adotaram a interconexão

A largura de banda de interconexão vai crescer 51% ao ano até 2022, atingindo os 13.300 Tbps.

Hoje, mais do que nunca, os data centers e a cloud assumem o papel fulcral de serem os guardiões da nossa vida digital. Por isso, as vantagens de uma latência reduzida, ausência de congestionamentos, elevada segurança e acesso imediato aos maiores ecossistemas globais está a levar as organizações a aderirem à interconexão proporcionada pelas plataformas neutrais. A Internet já não é solução suficiente para dar resposta cabal às necessidades crescentes dos negócios digitais. A transformação digital das empresas, organizações e entidades públicas, e o consequente aumento exponencial do intercâmbio de dados, criou a necessidade de se encontrar uma alternativa à, cada vez mais, congestionada Internet. Surge, assim, a interconexão – troca privada de dados entre parceiros de negócios – como uma alternativa eficaz, rápida e segura à rede pública.

As empresas estão a aderir cada vez mais à interconexão, o que tem conduzido a um crescimento exponencial da largura de banda de interconexão, ultrapassando todas as demais formas de comunicação empresarial. Por outro lado, o aumento exponencial dos conteúdos gerados e analisados em todos os locais onde as pessoas trabalham, descansam, se divertem, ou viajam, está a contribuir para uma grande mudança de paradigma, privilegiando a localização da informação no digital edge, ou seja, próximo dos locais onde os dados são gerados e utilizados.

Vencer a distância 

Na atual economia digital, as empresas sentem a necessidade de gerir enormes cargas de trabalho, que são sensíveis à latência e exigem tempos de resposta imediatos. A forma mais eficaz e rentável de diminuir a latência na transmissão da informação consiste, precisamente, na redução da distância entre os dados, aplicações, clouds, parceiros e utilizadores. À medida que o mundo continua a sua marcha imparável para a transformação digital, as interações acontecem cada vez mais no edge, isto é, perto dos centros populacionais, onde os universos físico e digital se tocam e onde as empresas se encontram para trocar informações e serviços. Assim, a implementação de conexões diretas e privadas no digital edge potencia o desempenho das aplicações e melhora a experiência dos utilizadores, permitindo vantagens competitivas às empresas que abraçam esta tendência. Por isso, de modo a acelerar a transformação digital das empresas, os decisores atuais devem optar pela interconexão – trocando dados de forma rápida, direta, privada e segura – para remover a desvantagem da distância entre os serviços de TI e os seus utilizadores, melhorando drasticamente o desempenho dos negócios digitais, através de interações dinâmicas entre pessoas, sistemas, aplicações, dados e clouds no digital edge. O aproveitamento da interconexão privada em locais estratégicos aumenta a eficiência dos negócios digitais, potencia o crescimento da receita, reduz os custos e faculta oportunidades de crescimento em rede que nenhuma empresa poderia obter sozinha.

Interconexão cresce mais de 50% ao ano

O Volume 3 do Global Interconnection Index (GXI), estudo publicado pela Equinix, prevê que a largura de banda de interconexão cresça a uma taxa anual composta (CAGR) de 51% até 2022, altura em que a capacidade instalada de largura de banda de interconexão deverá atingir os 13.300 Tbps. A Europa estará em linha com este ritmo de crescimento, contribuindo com cerca de 22% da largura de banda de interconexão a nível global. Embora seja previsível que as áreas das telecomunicações e dos serviços de TI e cloud continuem a ser os maiores segmentos desta indústria na Europa, averbando 35% da largura de banda de interconexão, os novos regulamentos e normas de conformidade dos dados no espaço europeu estão a potenciar fortemente o crescimento do intercâmbio de dados nos setores da saúde e ciências da vida, governo, educação e distribuição, nos quais o consumo de largura de banda de interconexão deverá crescer a um ritmo bastante elevado (mais de 70% CAGR). Igualmente interessante é o facto de se prever que 67% da largura de banda de interconexão corporativa seja usada para a ligação das empresas a provedores de rede.

O papel dos decisores de TI

O estudo GXI identifica cinco decisões fundamentais que os líderes empresariais podem tomar para acelerar a transformação digital das suas organizações. Conjugadas, estas opções constituem um modelo de ação em relação à interconexão, que responde aos atuais desafios disruptivos no mundo dos negócios. O GXI também propõe um perfil de implementação de uma infraestrutura pronta para digital, que permite avaliar o nível de maturidade digital das empresas. Armados com estas ferramentas, os decisores podem desenvolver uma plataforma de negócios que maximiza o posicionamento da sua empresa no digital edge, agregando mais valor para os seus clientes, colaboradores e parceiros à escala global.

As tendências tecnológicas emergentes acarretam complexidade e risco, acelerando a necessidade de adoção de uma plataforma de negócios global segura, amplamente compatível e muito responsiva, suportada pela interconexão. O GXI demonstra que a transformação digital exige a mudança de um modelo centralizado de serviços de TI – com produtores e consumidores consolidados – para uma solução que seja geograficamente distribuída e de âmbito regional, resultando numa infraestrutura multicloud híbrida. Disponibilizar experiências e dados no digital edge melhora exponencialmente as capacidades de resposta e de processamento das aplicações e dos negócios. Por exemplo, espera-se que o 5G reduza a latência da “última milha” para 5ms, o que significa que os serviços fornecidos no digitaledge terão uma vantagem 9x superior sobre os serviços de nível regional. 

Transformação digital em 5 passos

Recorrendo uma vez mais ao Volume 3 do Global Interconnection Index, conseguimos identificar as cinco etapas de transformação das empresas, a caminho de um estado digital ready. O caminho começa com a reestruturação da arquitetura da rede corporativa num conjunto distribuído de hubs interconectados, localizados no digital edge. Depois, há que interconectar redes, clouds e parceiros localmente, aproveitando as economias de agregação para desbloquear os benefícios de um ecossistema digital robusto. Em seguida, será necessário distribuir os serviços de segurança no digital edge interconectado, de modo a obter transparência e controlo em tempo real em todo o cenário digital, reduzindo drasticamente os riscos. O quarto passo consiste em integrar pipelines de dados e fontes de dados monetizadas em hubs interconectados, para gerir com eficiência grandes volumes de dados, mantendo a sua conformidade. Finalmente, alcançado o estado digital ready, será possível colocar, fisicamente próximo dos clientes, negócios altamente interativos e serviços voltados para o utilizador, colaboradores, parceiros e clouds, para potenciar o desempenho, acesso e segurança do ecossistema. Este estado otimizado oferece às empresas uma vantagem competitiva significativa na economia digital.

Últimos artigos

Infraestrutura

Cloud a Caminho de um Novo Paradigma

Infraestrutura

IDC CloudRoadshow 2023 – Aftermovie

Infraestrutura

Avançando na jornada para a cloud: Soluções de telecomunicações convergentes para alavancar valor nas organizações