O ano da cloud híbrida e da multicloud

José Miguel Pereira, Infrastructure Solutions Director na Noesis partilhou a sua visão sobre o mercado de Cloud Híbrida e de Multicloud.

A cloud está cada vez mais na ordem do dia e a transformação digital das organizações obriga, muitas vezes, a ter mais do que uma cloud para as operações. 

A disrupção causada pelo surto global de COVID-19 reforçou a importância crítica das empresas serem ágeis para adaptar a sua capacidade às constantes flutuações e alterações nos seus mercados.

Uma plataforma de cloud pública oferece às empresas uma infraestrutura de IT ágil, que, no entanto, não é necessariamente uma opção apropriada para todos os tipos de cargas de trabalho. Como tal, a maioria das empresas estão a optar por manter parte das workloads on-premises ou clouds privadas, e outras em clouds públicas.

Principais dificuldades

A pandemia aumentou exponencialmente o consumo de soluções cloud. Os analistas da IDC estimam que em 2022, perto de 90% das organizações a nível mundial vão contar com uma combinação híbrida de clouds on-premises ou privadas dedicadas, várias clouds públicas e plataformas legacy para corresponder às suas necessidades. No entanto, a sua implementação pode enfrentar algumas dificuldades.
José Miguel Pereira, Infrastructure Solutions Director na Noesis, considera que “a pandemia originou a maior vaga de transformação digital alguma vez verificada”. O representante da Noesis diz que “o que muitas organizações fizeram em seis meses é inacreditável” e que “só é possível fazê-lo com um ecossistema de IT muito maduro, flexível e resiliente”. No entanto, uma das dificuldades sentidas diz respeito à capacitação das equipas “na perspetiva de quem gere as infraestruturas e, também, na capacitação de todos os utilizadores e ecossistema de IT das organizações”.

Workloads

Atualmente, as organizações contam com inúmeros workloads espalhados por várias clouds. No entanto, existem algumas mais suscetíveis de fazer jus aos benefícios das clouds híbridas.
José Miguel Pereira refere que o potencial retorno, o risco e a complexidade “são utilizados para perceber quem são os candidatos naturais para colocar os workloads na cloud. Naturalmente que os workloads em que o risco é mais baixo, em que o valor é mais imediato e a transição acarreta pouco risco de disrupção são os candidatos que os providers de cloud tentam primeiro com os clientes finais. Depois, há claramente workloads que podem não fazer sentido movê-los sem fazer uma transformação end-to-end de todas as plataformas”.


Racionalização de custos

Para muitas empresas a primeira vaga da pandemia veio com uma pesada fatura de providers de serviços cloud. Passada a fase emergencial volta a racionalização de custos. Existem no mercado soluções disponíveis para as empresas terem um correto equilíbrio de custos entre o on-premises e os vários fornecedores de cloud.

Disponibilização rápida

A cloud permite disponibilizar aplicações mais rapidamente, mas para isso é preciso que a libertação de código seja mais ágil, sendo um dos maiores drivers de transformação. A “containerização” e a cloud podem ser enablers deste driver.

José Pereira tem a convicção de que “todos os frameworks de containers têm um potencial de disrupção incrível. Cada vez que conseguimos reduzir complexidade através da abstração, naturalmente que introduz um valor enorme à cadeia de desenvolvimento. Os processos de continuous integration e continuous deplyoment podem ser catapultados para outro nível de maturidade com estas frameworks. Sabemos que a curva não é linear até porque o know-how que existe neste tema ainda não está massificado”.


Interconectividade

A cloud híbrida e a multicloud dependem de uma grande interconetividade entre locais. Aplicações como inteligência artificial e IoT levam a computação até ao edge. Estima-se que no futuro a computação será cada vez mais descentralizada.

Estado da arte

Mudar a infraestrutura IT de uma empresa é um processo complexo, onde vários assuntos, como a segurança, o compliance, o legacy e o próprio investimento, têm de ser endereçados. A tecnologia tem vindo a democratizar o acesso à cloud híbrida, e tem permitido a conversão do on-premises tradicional.

Cibersegurança

Nos novos ambientes híbridos e multicloud os desafios da segurança são multiplicados por vários sites. É necessário que as organizações tenham uma estratégia de cibersegurança definida com, por exemplo, autenticação de utilizadores, resiliência contra ciberataques ou monitorização de ameaças.

José Miguel Pereira

José Miguel Pereira

Infrastructure Solutions Director, Noesis

https://www.linkedin.com/in/josempereira/

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