As circunstâncias obrigaram a que todos nós, muito rapidamente, tivéssemos que repensar como gerir a formação das nossas pessoas. Ao longo dos últimos meses, o muito apropriado termo “Mundo VUCA”, (um acrónimo para Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity; em português volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), ganhou um novo protagonismo, ao resumir a situação com que nos deparámos e a velocidade a que o mundo em que vivíamos se transformou.
A verdade é que a COVID-19 e as suas consequências nos apanharam completamente desprevenidos, deixando grande parte das nossas organizações em território absolutamente desconhecido.
Contudo, a resposta da maioria das organizações a este novo paradigma consistiu na tomada das medidas habituais, em tempos considerados de crise: cortes nos orçamentos para formação e desenvolvimento, adiamentos e mais tarde, eventual cancelamento de ações já previstas e agendadas.
Dadas as características particulares desta pandemia, houve ainda a urgência de transformar toda a formação presencial em formação virtual: live, assíncrona ou e-learning, aumentando exponencialmente a utilização de diversas plataformas digitais.
Respondendo ainda às rápidas mudanças a nível global, as organizações adotaram uma de três alternativas, de acordo com a sua visão e estratégia de formação e desenvolvimento das suas pessoas: reativa, ágil ou progressiva.
Este último grupo de organizações, com visão de futuro, não esteve à espera que alguma coisa acontecesse para reagir. Em vez disso, estas organizações tinham, já há algum tempo, a perceção da evolução do trabalho e alinharam a sua estratégia de formação e desenvolvimento antecipando esse futuro.
Assim, quando todas as restrições para tentar conter os efeitos provocados pela pandemia COVID-19 foram impostas, estas organizações sofreram um impacto mínimo ou quase nulo nos seus planos de formação e desenvolvimento.
O mundo do trabalho mudou. Não quer dizer que fique exatamente como está e que não existam tentativas de uma “normalização”, quando tudo isto passar. Contudo, as empresas são cada vez mais orgânicas e compostas por pessoas, a quem o impacto causado pelas circunstâncias dos últimos meses, trará, com toda a certeza, as suas consequências.
Apesar da devastação que esta pandemia causou em todo o mundo, temos de continuar a aprender, a desenvolver as nossas capacidades e a evoluir, como pessoas e como profissionais. Se pensarmos bem, estas aptidões de constante adaptação ao meio que nos rodeia e às suas mutações, é o que caracteriza o ser humano e são o que nos fez chegar onde estamos hoje.
Os desafios que nos foram colocados, assim como os que ainda vão surgir, necessitam de profissionais com todas as capacidades e conhecimentos para os enfrentar. As lacunas que existem entre as competências que temos agora e as que vamos necessitar para nos manter relevantes e bem-sucedidos no futuro, só podem ser colmatadas com formação, capacitação e aquisição constante de novas competências.
A formação e o desenvolvimento, são por isso fulcrais e indissociáveis da sobrevivência de todas as organizações.