Sofia Santos, partner da Faber e moderadora do painel de "Acesso aos dados, Privacidade e Adopção", começou por apresentar e introduzir os oradores que vieram «dar voz aos dilemas de hoje em dia como entregar e acrescentar valor com dados e ultrapassar alguns desafios, que advêm do contexto da preocupação com a privacidade e com a aplicação das tecnologias em contexto social e empresarial.».
Antes de passar a palavra aos oradores convidados Sofia Santos apresentou a sua visão relativamente a este tema e quais os temas que iriam ser abordados pelo painel: relação entre "criar valor" e "respeitar a privacidade"; antecipar, prever e dar algumas das boas práticas de como é que as empresas que nascem com base de inovação se adaptam; como é que as tecnologias já conseguem ajudar as empresas a fazer face a estes desafios e abordar também como é que se comparam as perspetivas entre as startups e organizações já estabelecidas - como é que estes dois mundos se podem juntar para acrescentar valor à sociedade em geral e à economia.
Foi assim que Sofia Santos começou por passar a palavra aos oradores Francisco Almeida Maia, Carolina Amorim e Cristina Correira que numa primeira fase apresentaram e enquadrar as suas organizações, Keyruptive, Abtrace e Emotai, respetivamente. Foi Cristina Correia, CCO da Abtrace quem terminou a ronda de apresentações, tendo sido a primeira a abrir o tempo de discussão, explicando na prática como é que utilizam e criam valor a partir dos dados, «cada um de nós, enquanto paciente, tem um registo clínico com toda a nossa informação e historial, nesses registos estão uma imancidão de dados que o médico não consegue aceder nem sempre de forma imediata». Esta gestão ganha especial relevância quando se fala de um doente crónico que precisa de uma maior monitorização e mais periódica. As soluções que a Emotai desenvolve, permitem aceder e fazer uma leitura desse registo clínico em tempo real, extrair informação relevante e apresentar essa informação ao clínico, permitindo maior eficiência da parte do médico e prestando melhores cuidados de saúde ao doente. Na sequência da mesma pergunta, Carolina Amorim, CEO da Emotai, explicou como é que obtêm os dados e criam valor a partir desses. «Nós desenvolvemos a nossa própria banda (banda wearable para a cabeça) que mede onda cerebrais, ritmo cardíaco e movimentos do corpo», a responsável acrescentou ainda que «Nós traduzimos estes dados de forma a serem facilmente interpretados pelo utilizador, indicando o nível de stress, tensão ou até mesmo começar a prever se a pessoas estarão entrar em barnout e recomendar uma pausa.». A empresa está também focada em performance training, exercícios que são analisados se estarão a ser bem-feitos, através da análise cerebral do utilizador. É desta forma que, explica, utilizam dados para alimentar outros dados.
Para Francisco Almeida Maia, CEO da Keyruptive, o desafio foi explicar «como é que hoje em dia se dá resposta a estes desafios, ou seja, não descurando o valor da privacidade, criar valor numa lógica de privacy by-design», sempre com a tecnologia como base. A questão, na ótica do CEO da Keyruptive, é saber «qual o compromisso entre a quantidade de dados versus o valor acrescentado, e é aí que a flexibilidade de uma startup difere dos sistemas tradicionais, uma vez que estas detêm um conjunto de técnicas que quando implementadas no privacy by-design», permitem que os sistemas continuem a extrair conhecimento sem ter necessariamente, que quebrar a privacidade do indivíduo ou organização. Por fim destaca dois desafios: o do compromisso e do que está por trás dos sistemas de gestão de dados.
A conversa, que destacou o valor dos dados e que contextualizou a privacidade necessária garantir, continuou entre os 3 oradores e moderada por Sofia Santos. O Startups Panel falou ainda de quais as melhores práticas as empresas utilizam ou pretendem incorporar no futuro para, cada vez mais, estarem alinhadas com as preocupações que são transversais não só aos utilizadores, como também às organizações e investidores. Foram ainda abordados vários temas pertinentes na área de acesso aos dados, privacidade e adoção de novas soluções. Sofia Santos terminou o painel, falando de como é que a Faber vê a inovação dos dados, qual a diferença entre startups e as empresas ditas tradicionais e a importância do mindset das startups para criar valor e inovar, bem como o impacto que estas podem ter nas empresas de maior dimensão onde a mudança cultural não será tão rápida. Veja acima o painel na íntegra e diga-nos a sua opinião!