O caminho tecnológico da banca passa pela utilização da Inteligência Artificial (IA) nos mais diversos domínios e no aproveitamento da sua tremenda capacidade para aumentar a agilidade e a rapidez de atuação das instituições.
Os trajetos a percorrer são naturalmente diferentes para a chamada banca tradicional e para as fintech, sobretudo pela natureza e dimensão das respetivas estruturas empresariais, embora ambos os casos apresentem vantagens que podem ser potenciadas.
No caso dos bancos com mais anos de vida, a necessidade de lidar com um legado tecnológico pesado, de compatibilidade nem sempre fácil com os sistemas mais modernos, é um dos principais entraves à adoção ágil e plena da IA; mas têm a seu favor várias décadas de informação sobre os clientes – um ativo de enormíssimo potencial, que a Inteligência Artificial poderá trabalhar como nunca outra tecnologia permitiu fazer.
Já os bancos mais recentes, nascidos sob o signo do digital, têm na agilidade de processos e no ADN tecnológico os seus principais argumentos, conseguindo timings de inovação e de entrega de produtos/serviços difíceis de igualar pela concorrência mais tradicional.
No entanto, apesar de nascerem com uma lógica totalmente virada para os dados, falta-lhes o histórico de informação que apenas as décadas de relação com os clientes faculta.
A importância do erro
As instituições bancárias já estão sensibilizadas para o potencial que a Inteligência Artificial possui para mudar seu o negócio. E sabem que os benefícios são transversais a vários tipos de áreas e competências no setor - seja para conhecer melhor os clientes e desenvolver mais rapidamente produtos e serviços à medida, como ferramenta de combate à fraude e à cibercriminalidade, ou como fator de agilidade e inovação na criação de ofertas cada vez mais inovadoras e rentáveis.
Mas o processo de adoção da IA implica muito mais do que investir em tecnologia: é também necessário mudar a cultura das organizações e assumir o risco de implementar novas formas e processos de trabalho.
Na recente DSPA Conference 2020, durante uma mesa-redonda moderada pela Claranet que reuniu vários parceiros e clientes do setor financeiro, a Inovação foi definida por todos os intervenientes como a prática mais importante para criar valor a partir da IA.
Desde a chamada banca tradicional aos bancos nascidos sob o signo do digital, passando pelos fornecedores de serviços interbancários até aos operadores de retalho, todos foram unânimes em afirmar que é tempo de investir verdadeiramente na Inovação, de preferência criando equipas específicas e apostando numa lógica de tentativa e erro para criar ofertas inovadoras.
Texto na íntegra em claranet.pt
Nuno Sousa
Vertical Lead - Financial Services da Claranet