E o livre arbítrio: Que espaço tem nas redes sociais?

Ao expormos as nossas preferências e dados, estamos a perder o livre arbítrio, entre algoritmos divinos que constituirão a carta celeste das nossas vidas?

O presente desafio que a utilização massiva das redes sociais nos coloca é imenso e significativo e proporciona-nos a todos uma oportunidade de reflexão.

Seremos sempre o fruto da ambição dos percursos que pretendemos percorrer, alimentados pela nossa vontade de alcançarmos sempre o que ainda não concretizámos.

Será bastante reduzida a probabilidade de colocarmos o nosso número de telefone, e-mail, idade, número de contribuinte e/ou de cartão de cidadão, ou outro tipo de elementos similares no nosso automóvel (para que todos na rua os possam ver) ou à porta de casa.

Na verdade e na maior parte dos casos, senão mesmo na generalidade, teremos até alguma reserva em partilhar qualquer um desses elementos e inclusive, se alguém nos abordar na rua a pedir o número de telefone apenas ignoraremos ou responderemos de forma abrupta ou mesmo pouco amistosa.

Ora, sendo assim, será pouco compreensível que, no universo mais lato e inclusive mais acessível por um maior número de pessoas como é o mundo digital que disponibilizemos, de qualquer modo e sem ajuizado valor prévio, tais dados/elementos utilizáveis por quaisquer estranhos ou menos estranhos que os possam aceder.

Na polémica sobre o grau de utilização de dados, a sua manipulação para uso (mais do que indevido, previamente orientado para determinados fins), o primeiro passo, prévio a eventual indignação, será, provavelmente o de reavaliarmos a nossa própria forma de exposição direta no mundo digital.

Se, de forma pouco avisada, expomos a milhões de pessoas os nossos gostos de filmes, séries, clubes desportivos, opções religiosas ou políticas, deveremos estar preparados para que, tais milhões de pessoas (direta ou indiretamente) nos apresentem ideia/contra ideias, opções ou alternativas a tais preferências?

E, por outro lado, de que modo limitamos significativamente as nossas escolhas de vida ao limitar as nossas comunicações, ambientes digitais ou socialização on-line, exclusivamente às nossas preferências, sem contraponto de outras visões, permitindo que, em cascata, nos embrenhemos cada vez mais num mundo de pensamento único – no qual apenas estão aqueles que connosco concordam ou vice-versa?

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