Que oportunidades oferece a Inteligência Artificial e o Data Analytics à educação?

Por José Oliveira, CEO, BI4ALL

No mundo atual, a utilização de tecnologias disruptivas tornou-se essencial para o aprimoramento da performance de qualquer organização, nomeadamente das instituições de ensino que são grandes produtoras de dados. Desde a captação de potenciais candidatos, passando pelos processos de análise e de gestão académica, as instituições de ensino, além de gerarem grandes quantidades de dados, têm a necessidade de os analisar, gerir e armazenar, bem como extrair insights relevantes.

As tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA) e Data Analytics permitem às instituições de ensino personalizar a sua oferta por forma a conseguirem um planeamento estratégico mais assertivo, reduzir os tempos de análise, garantir a certificação e qualidade dos dados publicados, automatizar processos e libertar recursos para análise estratégica e crítica dos dados. A aplicação de tecnologias inovadoras nos processos de gestão das organizações, permite a melhoria na otimização de processos e, simultaneamente, na tomada de decisão.

Deixo aqui um bom exemplo de uma instituição de ensino superior que necessitava de acompanhar e monitorizar a performance de toda organização, com o objetivo de ter a informação de gestão disponível e controlada de forma transversal e democrática. Ao ser implementada uma solução de Data Analytics permitiu centralizar toda a informação de fontes internas e externas, apoiar a gestão no suporte à decisão e uma automatização de processos de extração e recolha dos dados.

A informação ficou assim disponível de forma mais célere e com uma melhor qualidade dos dados e toda a organização ganhou maior agilidade e eficiência com análises mais estratégicas e precisas.

No que diz respeito à prática do ensino, a aplicação de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial traz também inúmeros benefícios para os professores que, através de sistemas sofisticados dotados de IA, conseguem otimizar algumas das suas tarefas, como a correção de testes, preparação das aulas com base no feedback, planeamento de aulas, ou até mesmo identificar as maiores dificuldades dos alunos. Desta forma, a tecnologia torna-se um grande aliado dos professores que mantêm o seu papel de aplicar soluções que melhorem a capacidade de aprendizagem dos alunos, principalmente dos nativos digitais que já não respondem aos métodos tradicionais de ensino.

Segundo o estudo Digital Transformation of Education, elaborado pelo Instituto de Tecnologias da Informação na Educação da UNESCO, a IA pode acelerar a aprendizagem personalizada, proporcionar aos alunos avaliação e feedback contínuo e aplicar análises para diferenciar o processo de aprendizagem, de forma a adaptá-la, em tempo real, às necessidades individuais dos alunos.

Impulsionado pelo contexto pandémico, também o ensino à distância ou e-learning revelou-se cheio de oportunidades, tanto para as instituições de ensino como para os alunos. Durante a pandemia covid-19 assistimos a uma completa mudança e substituição do que parecia insubstituível: o ensino presencial. Apesar desta nova realidade de adoção rápida ter impedido muitas crianças de terem acesso ao ensino por falta de ferramentas, é certo que a tecnologia permitiu que os alunos se mantivessem ativos e a ter aulas, não fossem as limitações ao nível da sociedade que ainda não se encontrava preparada para uma mudança tão rápida e imposta.

Assim, rapidamente se entenderam as vantagens da adoção do ensino à distância na área académica que incluem versatilidade e flexibilidade, o que está a ter efeitos consideráveis no mercado global de e-learning que deverá ultrapassar 1 bilião de dólares até 2028, de acordo com o novo relatório de pesquisa da Global Market Insights Inc.

Os avanços tecnológicos permitem, também no ensino, diminuir barreiras físicas e temporais. Hoje, o ensino tem de ir mais além da sala de aula tradicional e não restam dúvidas que as instituições de ensino que apostarem na adoção de tecnologias disruptivas serão as mais competitivas e aquelas a que as organizações vão recorrer na procura de profissionais mais bem preparados para o futuro.

As soluções tecnológicas prometem reinventar o ensino com modelos mais produtivos, eficazes e personalizados.

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