Que Desafios Aguardam o Setor Financeiro?

Comprar agora e pagar mais tarde. Porque não? O conceito ganha peso na europa e leva as empresas do setor financeiro a olharem para a tecnologia como uma importante ferramenta de trabalho que pode ajudar a minimizar o risco.

Que Desafios Aguardam o Setor Financeiro?

Numa espécie de exercício de futurologia, Thomas Zink, Research Director, Head of Financial Insights Europe, IDC Central Europe, lança um olhar à bola de cristal – neste caso, suportada num alargado trabalho de pesquisa – e deixa as principais previsões IDC para os serviços financeiros e pagamentos nos próximos anos.  

Na sua apresentação “Disponibilizar serviços e experiências inovadoras em escala”, durante o evento Digital Innovation Connection, Thomas Zink lembra que até 2022, se vai manter uma forte consolidação do mercado das fintech, com até cerca de 30% das mais proeminentes fintech a acabarem por ser adquiridas por outras organizações e outras tantas a falhar os seus objetivos devidos, essencialmente, à inegável falta de escala.  

Por outro lado, até 2023, 65% dos consumidores de todos os canais vai procurar uma opção de financiamento instantâneo. O mesmo será dizer “comprar agora e pagar mais tarde”. O conceito ganhou peso nos últimos tempos seja nos EUA seja na Europa e vai começar a fazer sentir-se no negócio das organizações. De tal forma que a IDC prevê “que a divida dos consumidores neste campo se venha a tornar rapidamente uma questão a ter em conta por parte do regulador comunitário”.  

IDC Digital Innovation Connection Novembro 2021, Lisboa

E, já que as rápidas decisões financeiras exigem um suporte de dados muito forte, a resposta acabará por chegar do lado das tecnologias que vão conseguir tirar partido desta realidade. A infraestrutura de serviço ao cliente terá de se readaptar e, ao mesmo tempo, ganham nova força as parcerias com fintech, “ajudando a reduzir o risco e a exposição da entidade bancária”. A literacia do consumidor e do próprio mercado vai assumir aqui um profundo papel de destaque em prol do sucesso.  

Thomas Zink não deixa de referir ainda que, até 2023, 25% das instituições financeiras vão olhar para a análise de emoções dos seus clientes, recorrendo a tecnologia de IA, para proporcionar uma melhor jornada de compra.  

Por seu lado, em 2025, 25% dos bancos tier one vai desenvolver as suas datawarehouses e operações analíticas na cloud. Neste caso, a pandemia de Covid-19 foi um catalisador para o desenvolvimento de clouds na Europa, mas, para já, os datawarehouses continuam a ser maioritariamente on-premises ou via private cloud. Neste campo, a segurança assume relevância fundamental, mas algo é certo, diz o responsável IDC, “não existe nada 100% seguro seja na cloud seja on-premise”. Em termos estratégicos, a IDC recomenda que as organizações se mantenham em contato permanente com o regulador e se adaptam às necessárias mudanças.  

Mas as previsões não se ficam por aqui e, entre tantas outras referências deixadas por Thomas Zink, fica ainda a ideia de que até 2026, 35% das empresas vão recorrer a modelos de routeamento baseados em IA para otimizar os seus pagamentos. 

Thomas Zink

Thomas Zink

Lead analyst for IDC's European Financial Services Research

https://www.linkedin.com/in/thomas-zink-04334828/?originalSubdomain=de

Últimos artigos

Inovação

O Futuro da Inteligência: Navegando Novas Oportunidades e Velhos Desafios

Inovação

Financa adapta-se aos processos de negócio de cada banco