O Futuro da Inteligência Empresarial

Por: Gabriel Coimbra

E se a sua empresa pudesse duplicar a produtividade dos colaboradores? E se pudesse reduzir em 90% o turn-over? E se a sua empresa pudesse aumentar em 25% a taxa de sucesso de lançamento de novos produtos ou serviços?

Estas não são simples perguntas hipotéticas, são casos reais de empresas como a McDonald's. No início de 2019, adquiriu a startup tecnológica Dynamic Yield, dedicada a soluções de marketing com machine learning, e passado alguns meses já reportava publicamente benefícios quantificáveis relacionados com o aumento de vendas, baseado em sugestões personalizadas de compra nos quiosques digitais nos seus restaurantes. E este é apenas um dos exemplos das várias iniciativas desenvolvidas desde 2017 focadas na criação de uma plataforma digital capaz de extrair valor a partir dos dados.

Seja por meio de aquisições semelhantes, desenvolvimento interno, contratação de serviços especializados de transformação ou monetização de dados, vemos organizações de todos os setores a criarem valor económico, social e ambiental através de maior investimento em inteligência empresarial.

Num recente estudo da IDC, com quase 100 CEOs das maiores organizações mundiais, mais de 80% dos decisores referiram que "utilizar dados em modelos de decisão avançados para aumentar o desempenho e a vantagem competitiva da organização" era a principal prioridade estratégica para a sua organização nos próximos cinco anos. E os dados da IDC refletem exatamente isto. Mais concretamente em 2019, as organizações em todo o mundo investiram mais de 180 mil milhões de euros em soluções de Inteligência Artificial (IA), Big Data e Analytics (BDA).

Apesar de ser a principal prioridade estratégica por parte dos decisores, a maioria das organizações não sabe se está a obter todo o valor possível dos investimentos em soluções de IA e BDA. De facto o research da IDC indica que a maioria das organizações utiliza menos de 10% dos dados que possui e muito poucas conseguem obter valor dos dados externos à organização. E, apesar de mais de 50% das grandes organizações mundiais indicarem que estão a fazer investimentos em soluções de IA, poucas conseguem criar todo o valor possível através do processamento de dados em escala, utilizando modelos governação transversais à organização, e com experiência e talento humano capaz de incorporar modelos mentais e de inteligência emocional na iteração humano-máquina.

Neste contexto, se a sua organização pretende criar experiências diferenciadoras para os seus clientes, dispor de processos resilientes e ágeis, capacitar os seus colaboradores para um próximo nível de colaboração e produtividade, deverá garantir que a sua organização seja sustentada por uma nova inteligência empresarial, aquilo que a IDC refere como o “Futuro da Inteligência”.

A IDC define o “Futuro da Inteligência” como a capacidade de uma organização aprender, combinada com sua capacidade de sintetizar as informações necessárias para aprender e aplicar as ideias resultantes em escala para obter uma vantagem competitiva sustentável.

A IA terá um papel fundamental na visão da IDC para o “Futuro da Inteligência”. As organizações em todo o mundo devem avaliar a sua visão e transformar pessoas, processos, tecnologia e disponibilidade dos dados para libertar todo o poder da IA e prosperar numa economia cada vez mais digital.

Das recentes previsões da IDC, destaco abaixo algumas que são bons exemplos de grandes alterações que se avizinham em função de uma maior utilização da IA:

  • Em 2022, as duas mil maiores empresas globais investirão mais de 100 mil milhões de euros em soluções de IA e BDA (em média 50 milhões por empresa) apenas com o objetivo de melhorar a aquisição e análise de dados de clientes;

  • Em 2023, 45% das duas mil maiores empresas, B2B e B2C, terão modelos de personalização inteligente com base no contexto utilizando IA;

  • Em 2025, 60% das principais marcas e retalhistas irão dispor de sistemas de IA que permitam analisar e gerir o comportamento emocional dos clientes, de forma a melhorar o NPS e conversão das vendas;

  • Em 2023, 65% dos consumidores utilizarão voz e realidade aumentada nos seus smartphones para interagir com as marcas e retalhistas;

  • Em 2024, 40% dos consumidores e empresas utilizarão o modelo de "comércio contínuo" assistido por IA para aquisição de produtos e serviços;

  • Em 2024, a IA tornar-se-á a nova interface de utilização humano-máquina, redefinindo 50% das experiências do utilizador;

  • Em 2025, pelo menos 90% das novas aplicações empresariais incluirão funcionalidade de IA;

  • Em 2024, 50% das empresas irão utilizar IA para automação inteligente do processo de seleção e contratualização com fornecedores;

  • Em 2022, 40% das compras B2B serão realizadas por canais de comércio digital assistidos por IA.

Mas o que irá diferenciar as organizações com um maior quociente de inteligência empresarial não será simplesmente o acesso ou a propriedade de mais dados e capacidade de análise face aos seus concorrentes. Será a capacidade das organizações aprenderem continuamente em escala, refletir e explicar os resultados com base nesta aprendizagem e, finalmente, adaptarem-se com base nestes resultados mais rápido do que a concorrência.

Qual a sua estratégia para aumentar o quociente de inteligência da sua organização?

Este artigo trata-se de uma republicação no âmbito de uma parceria com o blog Business Room - Leia o texto original aqui.

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