O Excesso de Confiança na Inteligência Corporativa Pode Ser Perigoso?
Já pensou se é uma pessoa inteligente? Se alguém me fizesse essa pergunta, eu provavelmente diria que sim, que eu sou bastante inteligente - eu tenho um mestrado, eu tenho um trabalho que exige pensamento critico e analítico e eu tenho sido bem-sucedido na maioria das coisas que faço.
Mas, além disso, será que tenho mesmo uma maneira de saber o quão inteligente sou? Para descobrir isso, eu fiz um teste de QI e, ainda que não pretenda anunciar o meu resultado neste blog, eu descobri que era particularmente forte em raciocínio espacial visual e que deverei melhorar as minhas competências em deteção de padrões numéricos.
Eu confiava bastante nas minhas capacidades com a matemática (até porque tenho uma licenciatura em engenharia!), mas para além de saber que este valor de QI é uma avaliação do momento, acredito também que tem de haver algo mais para além disto, no que à inteligência diz respeito.
Para alguém como eu, o conceito de inteligência não se resume apenas à acuidade mental, mas deverá também incluir os métodos que eu utilizo para adquirir conhecimentos, memorizar e aplicar esse conhecimento sempre que a situação assim o exigir.
Quando tentamos expandir e transpor esta noção de inteligência para uma empresa, torna-se tudo ainda mais complicado. A maioria das organizações não tem uma maneira de saber o quão inteligentes realmente são. Isso mesmo já foi comprovado através de uma pesquisa global da IDC (IDC Future of Intelligence Survey, agosto de 2021), realizada no início deste outono, quando pedimos aos entrevistados que descrevessem o quão inteligente eles achavam que sua organização era. 35% dos entrevistados disseram que estavam mais maduros quando se tratava de inteligência empresarial e 77% disseram que a sua organização se situava na parte superior da pirâmide.
Mas se esse era realmente o caso, então porque é que encontramos dois terços dos funcionários que dizem ainda não usar dados para suportar as suas decisões? E porque é que apenas 34% das organizações indicam que foram capazes de alavancar com sucesso os seus investimentos em tecnologia relacionados com a inteligência corporativa (por exemplo, gestão de dados, inteligência artificial, inteligência de negócios, gestão de conhecimento, etc.)?
O gráfico abaixo mostra a diferença entre a maturidade autoavaliada dos inquiridos no âmbito da inteligência corporativa e o índice já medido de inteligência corporativa da IDC, para as mesmas organizações.
Baseado no cálculo da IDC sobre inteligência corporativa, essas organizações não tinham os níveis de maturidade que pensavam ter, estando até mesmo a sobrestimar as suas capacidades.
Como medimos então a sua inteligência? Começamos por medir as suas capacidades em quatro pilares que compõem a inteligência corporativa:
1) capacidade de sintetizar informações;
2) capacidade de aprender;
3) capacidade de fornecer insights em escala para todos os utilizadores;
4) uma forte cultura de dados que capacita todos os trabalhadores.
Fizemos aos entrevistados várias perguntas para que pudessem avaliar a capacidade de sua organização de fazer o seguinte:
- Sintetizar diversas fontes de dados internas e externas em informações;
- Ter uma visão granular e 360º ao nível dos processos de negócio;
- Supervisionar informações uteis para todos os utilizadores (sejam eles humanos ou máquinas);
- Capacitar os utilizadores para uma tomada de decisão suportada em dados;
Estes quatro são apenas exemplos dos tipos de perguntas que fizemos aos entrevistados, sendo que cada uma dessas perguntas foi mapeada tendo em conta cada um dos pilares da inteligência corporativa. Ao agregar e trabalhar os resultados, pudemos determinar o quão bem eles se saíram e quais foram, por outro lado, as suas lacunas. Alguns entrevistados tiveram uma pontuação alta ao nível da sua capacidade de sintetizar informações, mas não se saíram assim tão bem quanto à temática da entrega desses insights em escala para os seus trabalhadores; outros lutaram com a sua capacidade de adquirir conhecimento e partilhar aprendizagens, e os melhores tiveram avaliações altas nas quatro áreas analisadas.
A distribuição das avaliações de inteligência corporativa apresentadas acima revela-se muito interessante por si só; mas o verdadeiro valor está na correlação entre inteligência corporativa e resultados de negócios. Por exemplo, 60% dos entrevistados com excelente inteligência empresarial mostraram também grandes melhorias no âmbito da tomada de decisões, em comparação com apenas 1% dos que têm baixa inteligência empresarial.
Poderá até pensar que a tomada de decisão não é uma métrica de negócios mensurável. No entanto, 47% dos entrevistados que apresentaram excelente inteligência corporativa foram capazes de melhorar a aquisição de clientes em mais de 10% em comparação com apenas 10% daqueles que tiveram um mau valor ao nível da inteligência corporativa. Temos várias outras métricas de negócios que podemos citar - desempenho financeiro, satisfação dos funcionários, métricas operacionais. Em cada uma dessas métricas, há uma melhoria significativa nos resultados, sempre que uma organização investiu no crescimento de sua inteligência corporativa.
E então, já sabe quais são os pontos fortes e fracos da sua organização no âmbito da inteligência corporativa? Se você quiser saber mais sobre o estudo da IDC e sobre o índice de inteligência corporativa, descobrindo de que forma pode aproveitá-lo para melhorar o desempenho da sua organização, ou se quiser saber mais sobre os nossos eventos, visite o nosso site IDC Portugal.