O e-learning como conceito motor da aprendizagem contínua

Com a chegada da pandemia Covid-19, “adaptação” tem sido a palavra de ordem. A formação foi das áreas que maior mudança sofreu. O número de utilizadores de plataformas online aumentou consideravelmente e conceitos que antes eram apenas usados por alguns, como por exemplo, o e-learning e o microlearning, acabaram por chegar a mais utilizadores.

E-learning foi definido por, Elliot Masie, como “a capacidade de uma pessoa participar num evento de aprendizagem, que poderá ser uma aula de uma universidade ou um centro de formação, utilizando uma tecnologia como sistema de entrega dos conteúdos”. O e-learning é um facilitador do ensino à distância, dado que não é necessário estar fisicamente presente num local para aprender. Tendo em conta que não existe limitação de espaço, permite uma maior audiência, indo ao encontro do que é o ensino aberto.

Com o desenvolvimento do e-learning outros conceitos foram criados, como o microlearning que é um formato de aprendizagem online de curta duração, com foco num único objetivo. Também surgiu o storytelling, como uma ferramenta usada em vários contextos, e que envolve uma ligação emocional criada através de uma história, e resulta no efeito positivo na receção do conteúdo e sua memorização e por sua vez na aquisição de conhecimento. Por fim o vídeo learning, um formato bastante familiar, que aumenta o impacto cognitivo e que em situações de aprendizagem se demonstra adaptável às necessidades de cada formando.

Também a nível empresarial as metodologias encontradas para colmatar a falta da presença física passaram por adotar soluções que permitem reunir, partilhar documentos e sentir uma maior proximidade com o colega ou cliente por videoconferência. O desafio das empresas passa agora pela necessidade de manter o engagement e acompanhar a experiência dos colaboradores e clientes. As plataformas como o Microsoft Teams têm servido para aproximar as pessoas. Estas soluções tecnológicas têm ganho milhares de utilizadores nos últimos tempos, como afirmado por Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft, num encontro por videoconferência com os jornalistas, a propósito dos 30 anos da Microsoft no mercado português, “Tivemos um aumento de centenas de milhares de utilizadores Teams durante a pandemia nas empresas portuguesas” (in Observador).

O mercado corporativo será um dos maiores impulsionadores da indústria de e-learning. Em 2017, aproximadamente 77% das empresas americanas usavam e-learning. No entanto, 98% planeavam incorporá-lo nas suas empresas até 2020, uma vez que reconheceram os benefícios do mesmo, segundo o relatório da e-Learning Industry. Estamos em condições de afirmar que a pandemia veio acelerar todo este processo e que também na Europa e, nomeadamente, em Portugal, estes números irão aumentar consideravelmente.

O conceito de e-learning veio para ficar, quer pelos tempos que se vivem que impulsionaram este crescimento, quer pela versatilidade e mobilidade que apresentam para o exercício da aprendizagem contínua. É inegável que com os novos modelos de trabalho, nomeadamente o teletrabalho, os colaboradores passaram a ter mais tempo. Estando no conforto das suas casas, estarão também mais recetivos a aprofundar os seus conhecimentos, e quem sabe aumentar o grau de especialização.

Para quem considere que este novo método de trabalho possa trazer mais benefícios, o blended learning será o pilar para este tipo de aprendizagem. O b-learning traduz-se numa opção que

conjuga a possibilidade de manter a formação maioritariamente online, em modo self-service, com pequenas situações assistidas presencialmente ou remotamente via plataforma de colaboração como Microsoft Teams. Leva a crer que será a opção adotada no futuro, dado que combina o melhor de ambos os formatos. A componente online, encarrega-se da flexibilidade de aprendizagem, quer seja pelo ritmo, local ou horários, enquanto que a percentagem da formação assistida, que incorpora a partilha de experiências e o contacto com os colegas. Desta forma, as organizações tenderão a aumentar a oferta formativa e consequentemente, mais colaboradores terão melhores oportunidades de crescimento profissional.

Importa frisar que a disponibilidade da tecnologia por si só não significa a boa utilização dos meios. É necessária formação para que tanto as organizações como os colaboradores retirem o maior rendimento destas plataformas e a produtividade aumente. A realidade é que o método de trabalho está em mudança e o que se pede é que a proatividade seja o motor de arranque para esta nova metodologia, tal como o e-learning é o conceito motor da aprendizagem contínua.

Autor: Fernando Reino da Costa, Presidente e CEO da Unipartner.

Conteúdo publicado pela RH Magazine. Aceda ao artigo aqui.

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