IDC FutureScape Worldwide & Portuguese Future Enterprise Predictions
Depois da última edição com presença física ter acontecido já em 2019, o IDC FutureScape regressa este ano num misto entre o físico e o digital, mas com um claro aumento do número de presenças. A partilha das principais tendências e previsões da IDC para os próximos anos no mercado das TIC, marcou a sessão de abertura e colocou em palco Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC para Portugal e Bruno Horta Soares, executive senior advisor também da IDC.
O FutureScape surge muito em linha “com aquilo que é a visão da IDC para o futuro das organizações, o futuro da inteligência empresarial, das operações, do relacionamento com clientes e consumidores, da infraestrutura digital e até o futuro do trabalho e da confiança, onde se inclui a segurança e a privacidade”, conforme refere Gabriel Coimbra.
Bruno Horta Soares sublinha, por seu lado, a importância de a IDC traduzir “as tendências globais para o mercado português”, mas lembra que este é sempre “o ponto de vista da IDC, no âmbito das várias leituras que foi fazendo do mercado”.
Numa altura em que a transformação digital “está na ordem do dia” a boa notícia é que “a temática e a discussão passou das salas de TI para toda a empresa, tornando-se um tema mediático com forte impacto económico, político e social” sublinhou ainda Bruno Horta Soares. Também por isso, este responsável acredita que algumas das palavras chave da futura quarta plataforma “podem incluir tecnologias associadas à transformação digital como a computação quântica, e conceitos como a sustentabilidade, entre outros”.
Entre as várias previsões apontadas nesta sessão de abertura, destaque para o crescimento das estratégias de transformação digital nas organizações: “42% das organizações já tinham uma estratégia corporativa de transformações digital no passado, mas os números cresceram agora para 53%.” Ou seja, “mais metade das organizações já tem uma estratégia de transformação digital, valor que pode chegar aos 55% no final de 2024”, diz Gabriel Coimbra.
Uma outra tendência igualmente relevante surge muito associada às tecnologias de cloud computing que garantem às organizações a capacidade de disporem de aplicações “cada vez mais eficientes e cada vez mais ágeis e resilientes”. Esta é uma tendência mundial à qual Portugal não irá fugir: “Em cloud pública estamos a falar de 300 milhões de euros investidos em Portugal.”
O retorno de algumas experiências ao conceito analógico, muito devido à fadiga do digital, é igualmente tendência a ter em conta: “Cerca de 60% das organizações dizem que a diferenciação no mercado se poderá vir a fazer por via de experiências cada vez mais físicas e menos digitais.”
Mas foram várias outras as tendências apontadas por Gabriel Coimbra e Bruno Horta Soares nesta sessão de abertura do FutureScape e que não podem mesmo deixar de espreitar na plataforma online. Na verdade, a digitalização dos processos é uma preocupação (e uma estratégia) europeia na qual Portugal também se insere e, para as empresas, as políticas a definir neste campo devem permitir sempre “deixar para trás o Cabo das Tormentas e transformá-lo também no Cabo da Boa Esperança”.