Sourcing IT
O tema do Sourcing IT tem uma natureza cíclica nas organizações na medida em que estas tipicamente o abordam de tempos a tempos. Nesses momentos são tomadas decisões de médio (e nalguns casos longo) prazo e que passam por opções estratégicas estruturais para o IT. No entanto os ciclos de reavaliação do Sourcing IT estão a tornar-se rapidamente mais curtos, tendendo para um processo contínuo e permanente.
O crescimento da velocidade com que as organizações reequacionam as suas estratégias de Sourcing IT, deve-se em larga medida a alterações de contexto relevantes e com forte impacto no IT e consequentemente nos seus modelos de outsourcing. As principais tendências que se observam são:
- Crescente adoção da cloud, que incorpora necessidades de sourcing de novas competências técnicas e leva à transferência de “business workloads” para o modelo cloud (com impacto relevante nas baselines contratuais). Importa ainda referir o surgimentos de novos players, que não os tradicionais, fortemente especializados nas tecnologias cloud.
- Procura de maior Agilidade (adoção de modelos agile) e internalização de competências tecnológicas estratégicas (tradicionalmente externalizadas) que conferem maior velocidade e diferenciação, principalmente na vertente do digital. Os modelos tradicionais de Sourcing IT lidam de forma deficiente com esta nova realidade.
- Paradigma de “IT-as-a-service” focada no outcome (por oposição a uma lógica labor-oriented focada na “tarefa/processo”) e com modelos de entrega totalmente focados na lógica “as-a-service” diferentes dos modelos tradicionais dominantes.
Como resultado destas alterações de contexto observa-se uma crescente e acelerada preocupação das organizações com a revisão e realinhamento do seu modelo de sourcing IT. Em consequência, estas começam a analisar criticamente os atuais contratos (alguns deles recentes) e, nalguns casos, a proceder a reflexões estruturais sobre a estratégia de sourcing e, de forma articulada, sobre a estratégia de desenvolvimento de capacidades internas estratégicas, com vista à introdução de maior agilidade no negócio. Esta é uma tendência que certamente se consolidará em 2020.
Jorge Costa Reis
Associated Partner at IDC Consulting & Partner Zertive