A Peculiar Ligação Entre a Empresa Ágil e a Conectividade

Paul Hughes vai ajudá-lo a perceber porque é que suportar agilidade através da conectividade se vai revelar fundamental para que as organizações se consigam adaptar ao novo normal.

A Peculiar Ligação Entre a Empresa Ágil e a Conectividade

Peça à maioria dos líderes empresariais C-level para recuar 20 ou 30 anos no tempo e comparar os seus três principais desafios de negócio naquela época com os de hoje. Acho que poderia dizer, com toda a segurança, que então como agora, a necessidade de se adaptarem à mudança ainda estaria no topo das prioridades.

Surpreendente?  

Não, nem por isso, até tendo em conta que somos criaturas de hábitos e que, normalmente, só mudamos o nosso caminho se a isso formos, realmente, obrigados. Isto, mesmo quando a mudança pode realmente tornar o nosso trabalho e a nossa vida pessoal mais conectados, convenientes e colaborativas. 

Ninguém estranha, hoje em dia, que até mesmo as empresas mais inovadoras, ainda enfrentem desafios tecnológicos e de evolução de processos. Dados recentes do estudo “Future of Connectedness Survey” da IDC, destacam o fato de alguns dos maiores desafios serem ainda o alinhamento de orçamentos, tecnologia, requisitos de capacidades e recursos de TI. 

A mudança em escala macro é sempre difícil de realizar, especialmente quando envolve alterações abrangentes na forma como as pessoas interagem com outros funcionários, sistemas, clientes e com tecnologias relacionadas. 

Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607
Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607

Os últimos 18 meses ensinaram-nos a todos, até que ponto a conectividade é importante para a nossa vida pessoal e profissional; e até que ponto é importante adaptarmo-nos à mudança.  

As organizações aprenderam rapidamente que a resiliência e a continuidade dos negócios estavam diretamente ligadas a processos e sistemas de negócios conectados e integrados.  

Não surpreende que todo o tipo de programas ligados à conectividade tenha subido na lista de prioridades empresariais, quase que instantaneamente, a partir do momento em que a maioria da força de trabalho das empresas teve de avançar para o teletrabalho. Os processos de negócio críticos tiveram que se adaptar às mudanças repentinas, e qualquer rede ou dificuldade tecnológica teve de ser reparada em tempo real. Por outras palavras, a agilidade tornou-se a grande prioridade. 

Hoje em dia, as iniciativas relacionadas com a tecnologia, e que ajudam a imprimir agilidade a uma organização, estão em pleno andamento, e muitas áreas-chave começam a acelerar projetos neste campo. Os atuais utilizadores empresariais e os clientes finais procuram experiências digitais conectadas de alta qualidade - onde os dados fluam perfeitamente nos bastidores; as interações online sejam ininterruptas; e cada conexão se apresente perfeita, segura e confiável. Uma realidade que poderá ser facilitada por via da melhoria das taxas de transferência das redes wireless e das conectadas, bem como pela disseminação de serviços em nuvem com capacidade para chegar aos quatro cantos do mundo. 

Os utilizadores empresariais têm expectativas elevadas ao nível da velocidade de banda larga que lhes deverá permitir viver, trabalhar e, até mesmo, divertir-se. Mas isso só terá realmente dimensão quando todo os utilizadores - trabalhadores, estudantes, governos ou consumidores individuais – passarem a exigir experiências digitais abrangentes e que lhes permitam ser eficazes naquilo que estão a fazer. À medida que as organizações prosseguem a adaptação ao novo normal, garantir mais agilidade para toda a empresa deverá tornar-se uma prioridade permanente e, também por isso, as empresas estão já a aumentar os investimentos relacionados com a conectividade num vasto leque de áreas tecnológicas, o que lhes vai permitir fazer exatamente isso. 

Incremento da agilidade do negócio melhora a velocidade, o acesso e a posição competitiva 

Com a conectividade a tornar-se um foco (ainda) mais crítico, ganham também maior relevância as iniciativas relacionadas com a tecnologia e que ajudam a promover maior agilidade no negócio. Utilizadores empresariais e clientes finais esperam que as experiências digitais conectadas sejam rápidas e de alta qualidade – um espaço onde os dados fluem perfeitamente nos bastidores; as interações online devem ser ininterruptas; e cada ligação terá de ser perfeita, segura e de total confiança. Essas experiências digitais rápidas e de alta qualidade são facilitadas pela melhoria ao nível das taxas de transferência das redes sem fio e redes conectadas bem assim como pela difusão de serviços em nuvem que ajudam as empresas a tornarem-se mais ágeis. 

A pesquisa “Future Enterprise Resiliency and Spending Survey”, da IDC, mostra que durante os primeiros quatro meses de 2021, mais de 51% das empresas concentraram mais da metade dos seus orçamentos de TI em produtos e serviços que lhes permitissem tornar-se mais ágeis. O “Future of Connectedness Survey” da IDC, revela que a maioria das empresas espera aumentar os gastos com aplicações e redes baseadas na nuvem, em 5G e em serviços de rede geridos, com o objetivo último de melhorar a agilidade dos negócios e também as suas posições competitivas. 

Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607
Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607

Investimentos em agilidade operacional mantêm as equipas produtivas, sempre e quando… 

Como as equipas de trabalho se mudaram dos habituais escritórios e espaços empresariais, para ambientes de escritório domésticos, as empresas não tiveram escolha a não ser garantir que os seus profissionais pudessem fazer o trabalho de forma fácil e eficaz, mesmo que remotamente. A conectividade dos funcionários dependia do acesso a redes internas, processos e aplicações sempre disponíveis para quem rapidamente se deslocava para o trabalho a partir de cenários domésticos. A conectividade tornou-se então o eixo fundamental para garantir a eficiência operacional e manter os funcionários produtivos. 

A maioria das empresas está a reforçar os seus investimentos com o intuito de reduzir ou, até mesmo, eliminar as interrupções operacionais do passado e garantir processos mais eficientes, com acesso remoto seguro, comunicações unificadas e aplicações baseadas na nuvem, que serão prioridade ao longo dos próximos 12 meses. 

Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607
Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607

Investimento em Agilidade do Cliente - Porque o Cliente Conectado é Ainda Mais Exigente... Quero dizer "Está Sempre Certo!" 

As tradicionais interações dos chamados “clientes binários" já há muito que deixaram de existir. As empresas devem agora abraçar os recém-empoderados "clientes conectados." Mais exigentes. Mais propensos a reclamar em fóruns on-line, do que pessoalmente ou em vídeo. Com maiores expectativas para resolver o problema logo na primeira chamada. E também com maiores expectativas para uma interação consistente e coerente, independentemente do canal escolhido. 

A satisfação e a experiência do cliente devem ser sempre conjugadas com a maior ou menor capacidade da empresa se ligar aos seus clientes e gerir, de forma inteligente, estas mesmas interações.  

Com a generalização da banda larga 5G, criam-se oportunidades para interações digitais mais ricas, pelo que a maioria das empresas está agora a reforçar os investimentos em vídeo, AR/VR e recursos relacionados, para assegurar opções mais pessoais, interativas e digitais de conexão. Por outro lado, estão também a garantir que os dados de cada interação ficam rapidamente disponíveis, a seguir a cada interação, para garantir uma jornada adequada ao cliente. 

Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607
Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607

Investir em agilidade na cadeia de valor - porque é que os parceiros conectados vendem mais rapidamente 

No caso das empresas que dependem de parceiros e VARs para vender produtos e serviços, a verdade é que interligar parceiros a clientes, dados e stakeholders internos tem sido tão ou mais determinante quanto trabalhar outras áreas de negócio. A venda relacionada com os parceiros acaba por ser facilitada por via do acesso a dados precisos, no lugar certo e à hora certa. À medida que os ambientes de venda passaram de físicos para virtuais, as empresas aceleraram as suas estratégias de envolvimento digital com parceiros-chave e a maioria espera aumentar também o investimento em integração e gestão de parceiros baseados na nuvem, análise de dados e ferramentas de gestão. 

Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607
Source: IDC Future of Connectedness Survey, July 2021, n=607

Principais Conclusões 

O próximo "estado normal" nas empresas não será, propriamente, um "estado" conforme o entendemos. Deverá ser, na verdade, uma ideologia de negócios e um conjunto de princípios evolutivos que suportam aquilo que uma organização ágil deverá ser, além de descreverem a forma como chegou até lá e que tecnologia e processos adotou para alcançar os resultados positivos e um maior sucesso. Provavelmente nunca teremos uma definição precisa, 100% correta, até mesmo porque não sabemos ainda qual a trajetória atual que o nosso trabalho e vida em casa vão seguir. 

O que sabemos é que adaptar-se à mudança é, definitivamente, aquilo que o próximo “normal” vai exigir, e estará DEFINITIVAMENTE ligado à forma como as pessoas, as coisas, as aplicações e os processos se ligam e interagem uns com os outros. Os nossos dados mostram que a ligação se está a transformar num princípio orientador para as empresas... levando-as a tornar-se ainda mais automatizadas, inteligentes e inovadoras. Continuaremos a acompanhar e a avaliar as prioridades de investimento empresarial nos nossos próximos estudos. 

O programa “Future of Connectedness Agenda” da IDC foi projetado para analisar as prioridades de negócio atuais e identificar de que forma as empresas estão a gerir as desigualdades ao nível da conectividade interna e externa em diferentes ambientes e locais. Ajudamos a alinhar as principais áreas de investimento com metas de transformação e conectividade digital corporativa e disponibilizamos insights sobre soluções de fornecedores de tecnologia que ajudam a fornecer dados contextuais para impulsionar processos de negócios ágeis, interações e tomadas de decisão. 

Paul Hughes

Paul Hughes

Research Director, The Future of Connectedness at IDC

https://www.linkedin.com/in/paul-hughes-741288/

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