Futuro da infraestrutura digital

O Futuro da Infraestrutura Digital

O “Futuro da Conexão” enquadra-se no tema das “Novas Infraestruturas Críticas” e estará diretamente relacionado com garantir serviços e experiências resilientes. Estudos recentes da IDC realizados com CEOs concluíram que o tema das “infraestruturas resilientes” se encontrava na nona posição entre os temas mais relevantes para o futuro das organizações.

A Agenda do CEO

Com base em estudos realizados com CEOs e líderes de indústria em todo o mundo, a IDC acredita que os quatro principais temas na agenda do CEO nos próximos anos estarão relacionados com: 

  • Novos requisitos dos clientes.
  • Novos recursos e competências.
  • Novas infraestruturas críticas.
  • Novos ecossistemas nas indústrias.  

O “Futuro da Conexão” enquadra-se no tema das “Novas Infraestruturas Críticas” e estará diretamente relacionado com garantir serviços e experiências resilientes. Estudos recentes da IDC realizados com CEOs concluíram que o tema das “infraestruturas resilientes” se encontrava na nona posição entre os temas mais relevantes para o futuro das organizações.  

O Contexto

A partir do momento em que os serviços e as experiências passaram a depender diretamente de plataformas digitais, o tema das infraestruturas, outrora fechado na “cave”, apanhou o elevador e subiu até à agenda do CEO. As infraestruturas críticas deixaram apenas de ser associadas às fábricas ou edifícios, passando também a incluir os datacenters“edge computing” ou serviços baseados em cloud

Young business people using digital tablet at work

As Infraestruturas Digitais Hoje

Ao longo dos anos a comprar e gerir infraestruturas foi visto como um custo necessário que as empresas procuraram insistentemente reduzir para libertarem recursos de investimento para iniciativas que melhorassem ou inovassem o negócio. Com o surgimento da 3.ª plataforma e a evolução do mercado das tecnologias para ofertas cloud, um dos principais critérios de decisão para a adoção deste tipo de tecnologias foi a otimização dos modelos de financiamento, tendo as despesas operacionais (OPEX) ganho mais e mais terreno às despesas de capital (CAPEX). Esta visão de infraestrutura como suporte ao “back-office” tem impacto na forma como as áreas operacionais medem o seu desempenho, sendo muito mais frequente a adoção de métricas técnicas (ex. disponibilidade) em vez de métricas que permitam uma correspondência direta com os resultados do negócio.  

As Infraestruturas Digitais na Economia Digital

Na economia digital os negócios serão diretamente impactados pelo digital, o que significa que uma grande percentagem das receitas dependerão da velocidade, escala e resiliência das infraestruturas digitais, quer sejam as infraestruturas existentes nas instalações próprias como as infraestruturas “alugadas” a fornecedores globais de serviços digitais. Tal como acontece quando uma fábrica está inoperacional, quando a infraestrutura digital está parada ou o seu desempenho degradado, os negócios são diretamente impactados e expostos a maiores riscos.  

O CAPEX digital está de volta! Pode parecer estranho numa economia onde cada vez mais se fala de serviços, no entanto, quando as plataformas digitais passam a ser parte integrante do negócio, CAPEX digital é investimento de capital direto no negócio. Ao reconhecerem esta ligação direta entre receitas e infraestruturas digitais as organizações passarão a ter um maior compromisso de investimento na mitigação dos riscos associados à dívida técnica e ao aumento da resiliência tecnológica. As infraestruturas deixarão de ser entendidas como recursos que são comprados, implementados e mantidos para serem reconhecidas como recursos que devem ser consumidos, governados e geridos. Mais do que as práticas operacionais, neste tipo de ambientes as práticas e responsabilidades de governança e gestão são críticas para que as organizações garantam a direção correta, uma medição adequada e uma monitorização que assegure que as infraestruturas digitais contribuem para a criação de valor. A gestão dos investimentos digitais irá além da definição e cumprimento dos orçamentos operacionais e terá cada vez mais em consideração temas como o acesso, conformidade, interoperabilidade e confiança das plataformas digitais.  

As infraestruturas digitais terão arquiteturas modulares baseadas em APIs, permitindo múltiplas inovações de negócio de forma ágil e rápida. A maior parte das infraestruturas digitais corporativas serão baseadas em arquiteturas nativas de cloud incluindo, entre outros, “containers” e infraestrutura “just-in-time”. 

Os procedimentos operacionais serão tendencialmente substituídos por práticas de gestão que garantam o acompanhamento do ciclo de vida dos recursos, sendo previsível que nos próximos anos seja cada vez mais crítica uma visão integrada da forma como a informação e tecnologias contribuem para a criação de valor da organização, envolvendo todas as partes interessadas e consolidando os objetivos e os facilitadores de gestão relacionados com as infraestruturas de suporte às tecnologias de informação (TI) e as infraestruturas de suporte às tecnologias operacionais (OT). As organizações terão cada vez mais a preocupação de garantirem não apenas o bom funcionamento da sua infraestrutura, mas de contribuírem para o bom funcionamento de todo o ecossistema interno e externo, elevando a importância e a criticidade da interoperabilidade à medida que a portabilidade de dados se tornar a base da concorrência. 

A automação será cada vez mais usada pelas organizações no desenvolvimento integração, implementação e gestão dos seus serviços digitais para garantirem vantagens competitivas e para oferecerem experiências únicas e “best in class” aos seus clientes. O desempenho das infraestruturas digitais passará a ser medido não apenas por métricas técnicas, mas cada vez mais por objetivos e métricas alinhadas com os objetivos de negócio, financeiros ou de clientes. Por exemplo, no setor bancário, em vez de se medir quantos bits por segundo podem ser processados na infraestrutura digital, passarão a ser medidas quantas aprovações de crédito por segundo podem ser realizadas. 

Smart car, self-driving mode vehicle with Radar signal system and and wireless communication, Autonomous car

Os CEOs que não acreditem na criticidade das infraestruturas digitais e que “as plataformas digitais passarão a ser as suas plataformas de negócio” diminuirão as suas quotas de mercado e de receita e, provavelmente, deixarão de existir nos próximos anos devido às estruturas de custos mais pesadas e operações comerciais menos eficientes.  

Marcadores de Mudança

  • Até 2022, 46% dos produtos e serviços das empresa serão digitais ou entregues através de plataformas digitais, aumentando a dependência dos negócios das suas infraestrutura digitais.
  • Até 2022, as interrupções das infraestrutura e as penalidades associadas à má utilização de aplicações ou acesso não autorizado a dados serão responsáveis por 30% de todas as perdas materiais de receita/ganhos. 
  • Até 2022, 40% das empresas irão incorporar métricas de resiliência digital nos dashboards executivos de negócio. 
  • Até 2023, 60% das novas infraestruturas serão implementadas no “edge” em vez de em datacenters (cerca de 10% em 2019).
  • Até 2023, o número de aplicações em execução no “edge” e em datacenter aumentará em 300%. 

Conselhos para os Fornecedores de Tecnologias

Os seus clientes irão disponibilizar cada vez mais serviços e experiências resilientes suportados em plataformas digitais, as quais passarão a ser as suas plataformas de negócio. Ajude os seus clientes a mudar a conversa das “despesas digitais” para as “receitas digitais”.

Bruno Horta Soares

Bruno Horta Soares

Leading Executive Advisor, IDC Portugal 

https://www.linkedin.com/in/brunohsoares/

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